terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O Valor do Sorriso

Encontrei pelas ruas
Crianças famintas e nuas
Observei no olhar delas a ternura
E percebi que nem tudo é amargura
Imaginei que todas elas pudessem viver rodeadas de felicidade
Peninha,logo voltei a triste relidade
Sonhei por um instante
Que a vida podia ser brilhante
E assim...
Encontrei,observei,imaginei e sonhei
Que basta dar um sorriso
Para que o mundo vire o paraíso.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A tragédia da própria realidade

Janfronilda Cruz,conhecida com Nilda da Fulô,chegava no horário de sempre,sete horas da manhã de sua caminhada,como acontecia há 4 anos. Era uma mulher pequena,franzina e tinha o olhar perdido. Era tímida,mas amava rir e quando ria mostrava seus dentes amarelos. Seus trajes eram fora de moda e parecidos. Estava sempre com seu moletom listrado e calças azuis. Não tinha inimigos,mas também não possuia amigos. Sempre solitária e presa em seu mundinho. A vida de Nilda não se modificava muito do dia para o dia,uma rotina indesejável.Continuava a escrever e cantar pra afastar seus fantasmas interiores.Já tinha começado a descobrir a dor sólida e profundo de seus sentimentos ,e camuflava tudo isso com a pureza de seus versos. Era uma mulher sem grandes pretensões,bastava-lhe uma xícara de café,papel e caneta. Era uma vida real,mas que nunca reclamava sua parte. Mas é que às vezes a realidade nos pesa,e Nilda nunca se deu conta disso. Olhou pra si,viu-se mulher,adulta,não muito responsável e riu por não saber o que fazer... Respirou fundo e começou a refletir sobre sua vida. Qual seria o seu valor? Qual sua importância na vida das pessoas? (Será que tinha alguma? ) Respirou fundo mais uma vez e esfregou os olhos que ardiam. Por que os olhos estavam ardendo? Talvez precisasse de óculos- Procurou se convencer da doce Nilda,mas logo as lágrimas rolavam de seu rosto e ela choro sem cessar... Teria que tirar seus sonhos e esperanças da caixa,para que deixasse de vê a vida vagando.Ah,mas a Nilda não era forte o suficiente para manter essa esperança viva e junto com a perda de esperança ia perdendo sua vida. E a morte estava se preparando em silêncio pra recebê-la. Um dia chuvoso,ela não acordou muito bem e resolver ficar em casa,não faria sua caminhada diária como há 4 anos. Pegou uma garrafa de uísque e tomou até que ficou ébrio. Dançou,riu e entregou-se,enfim a morte. Oras,uma vida sem esperanças é uma espécie de vida sem vida. Na hora da morte seu semblante estava risonho,assim como o tinha sempre em vida. Ou talvez ela nunca tenha tido vida?